quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sexta é noite de Sarau Cantos do Mundo!



14a. EDIÇÃO DO SARAU CANTOS DO MUNDO:

28 DE OUTUBRO DE VOLTA AO MEME SANTO DE CASA


"Ouço música de toda parte, música de movimento, música como alimento". (Avaroha)



Projeto musical itinerante, o Sarau Cantos do Mundo chega em sua 14a. edição no próximo dia 28 de outubro, de volta ao Meme Santo de Casa, estação cultural inaugurada há um ano no coração da Cidade Baixa. Idealizado pelo facilitador de meditações Ricardo Abheeru e coordenado pela cantora Marisa Rotenberg, ao lado de Monica Tomasi, Gelson Oliveira, Daniel Pradeep, Tula Stracia e Mimmo Ferreira, o Sarau Cantos do Mundo vem circulando por espaços alternativos desde abril de 2009, estimulando os participantes a cantar em coro canções populares e sagradas de diversos povos do mundo, incluindo brasileiras, regado ao som de voz, violão, cavaquinho e percussão. As letras são distribuídas, e o público é contagiado já na primeira canção. No desenrolar da cantoria, o clima é de total harmonia e descontração, com os mais tímidos soltando a voz, formando um coro vibrante. Ao final, a sensação que fica é de leveza, alegria e preenchimento.


MEME SANTO DE CASA

Inaugurado há 1 ano, o MEME Santo de Casa Estação Cultural é a consolidação de um trabalho que vem sendo desenvolvido pelo MEME - Centro Experimental do Movimento, coordenado pelo bailarino e coreógrafo Paulo Guimarães. O Meme se firma como um espaço onde a dança convida outras linguagens artísticas promovendo o intercâmbio, a experimentação e o diálogo de processos híbridos de criação artística. O Meme Santo de Casa fica na Lopo Gonçalves, 176, Cidade Baixa, em Porto Alegre.

SERVIÇO
O que: 14a. edição do Sarau Cantos do Mundo

Quando: 28 de outubro de 2011, às 21h30

Onde: Meme Santo de Casa Estação Cultural

End: Rua Lopo Gonçalves, 176 – Cidade Baixa – Porto Alegre/RS – Fone 3019-2595

Quanto: R$ 25 - ingressos no local

Capacidade: 60 pessoas



Sarau Cantos do Mundo é:

MARISA ROTENBERG

MONICA TOMASI

GELSON OLIVEIRA

RICARDO ABHEERU

DANIEL PRADEEP

TULA STRACCIA

MIMMO FERREIRA


Ilustração do flyer:
Zupo

Foto: Jô Moreira

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sou feito de?..


É possível fazer uma peça em que o ator fala sem se preocupar com a personagem? Ou uma apresentação mais tecnológica, onde o público só se comunica com a atriz por meio de um telão, é menos real? E uma cena na qual você não sabe se o que se passa é mentira ou verdade e te deixa ali, atento, tentando desvendar o mistério, existe?
Em um mundo com informação de sobra, os limites entre realidade e ficcão ficam menos claros. A arte, que tem o esforço milenar de reflexionar sobre nossa existência, dialoga com esse momento em que vivemos. E o teatro, quando leva para o palco esses processos de mudança atuais, é chamado de "pós-dramático".




Os adolescentes, que vivem a fase da descoberta, sabem como ninguém lidar com essas transformações. Há uma natural pré-disposição de estarem constantemente atualizados, o que dá a eles uma excelente aptidão para transitarem pelo teatro pós-dramático.

O "Sou feito de", proposto por Karine de Oliveira Cupertino e o MEME - Santo de Casa Estação Cultural, é o espaço ideal para o encontro entre os adolescentes e esse teatro contemporâneo. Um lugar para experimentos que traduzem a forma não exata do mundo e refletem todas essas transformações - fazendo a própria transformação.

 










“SOU FEITO DE...”
Iniciação teatral para adolescentes
Karine Cupertino atividade gratuita
5 de novembro - sábado
15 horas


Karine de Oliveira Cupertino é formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina em Licenciatura e Bacharelado em Teatro. Durante a faculdade formou o Tal grupo com intuito de pesquisar a linguagem do Playback Theatre. No grupo, dirigiu a peça Dê um jeito nessa casa e organizou e participou de dois eventos de intervenção artística na cidade de Florianópolis. Em seus trabalhos acadêmicos destaca-se a direção da peça Pari Passu com base em teatro documental em que sua mãe, Marlene de Oliveira Cupertino, foi a atriz; e a atuação nas peças Ao regular a tempestade e Ímpeto, ambos os trabalhos dirigidos por Pedro Bennaton, diretor do ERRO grupo de Florianópolis. Durante a graduação, deu aulas de iniciação ao teatro na Penitenciária Feminina de Florianópolis. Em colégios, lecionou aulas de performance para adolescentes e, com crianças de 4 anos, propôs uma vivência com base na metodologia do Process Drama.



Reservas
MEME Santo de Casa Estação Cultural
Lopo Gonçalves, 176 - Cidade Baixa - Poa
30192595 centromeme@centromeme.com.br

sábado, 15 de outubro de 2011

Crianças, do assistencialismo à inclusão social

Tomamos a liberdade de reproduzir aqui o artigo de Cláudia Rodrigues no Sul 21 a respeito do Rua da Criança, evento realizado por nós dia 12 de outubro de 2011:


Muito se fala de inclusão, mas na prática o assistencialismo ainda é a forma de contato mais comum entre as classes sociais. Doar objetos novos ou usados, alimentos e brinquedos é o que se faz mais. Dizer que o assistencialismo não tem função seria um exagero, mas há algo que o assistencialismo realmente não promove: inclusão social.

De megaprojetos, como construções de casas em bairros afastados para a população de baixa renda, ao recolhimento de brinquedos em escolas particulares para doações a escolas públicas, o assistencialismo, por melhores que sejam as intenções, reforça muros entre ricos e pobres estabelecendo linhas muito claras de distanciamento entre as classes sociais, o que pode ser definido como a antítese do que seria a promoção da inclusão social.

Às vésperas do dia das crianças, reunida com uma amiga a debater o tema assistencialismo x inclusão social, ela surpreendeu-me com a constatação de que atividades voltadas para a inclusão causam medo nos que deveriam promovê-la: “Ora Cláudia, mesmo os que sabem teoricamente da importância de se investir na inclusão têm medo, as pessoas têm medo de se misturar, realmente não desejam conviver com as diferenças, preferem ficar nos seus guetos e ajudar dessa forma, mantendo a coisa num terreno neutro e distante, para muitos é só mais uma utopia.”

Ela deve ter razão, só pode ser medo porque a insuficiência do assistencialismo já é conhecida faz tempo, ele de fato aumenta as diferenças, os estranhamentos, as fobias de contato e, por consequência, a violência, mas como atenua a culpa, continuamos trilhando esse caminho já conhecido, que durante muito tempo conseguiu apartar os pobres nas periferias, em serviços subalternos, distanciados das melhores fatias do bolo social e econômico. O que conseguimos com o assistencialismo ou com o enfraquecimento dele diante do investimento em práticas cada vez mais privativistas, individualistas, foi criar um gigantesco universo paralelo e uma enorme dificuldade de lidar com as diferenças.

Mas que loucos são esses que querem trazer a periferia para morar nos prédios abandonados do centro? Que loucos são esses que querem promover convivências entre alunos de escolas públicas e particulares? Será que eles não enxergam que as diferenças precisam ficar muito claras e bem limitadas, que cada macaco deve ficar no seu galho? Que história é essa de derrubar muros e construir pontes?

É uma história de aposta em outro paradigma, pelo menos para quem tem certeza de que nossa história social, política e econômica está falida emocionalmente. A tese é de que não basta doar coisas, dividir coisas, mas trocar sentimentos, entrar no corpo a corpo, abrir as janelas, promover encontros, dar conta das diferenças na prática focando em igualdades comuns, que não são poucas. Como diz o ditado, “crianças são todas iguais, só mudam de endereços”.

Nesse último dia 12 de outubro tive o prazer de ver de perto como a inclusão social não é uma utopia, mas uma prática a ser multiplicada.

Um projeto do Meme http://www.centromeme.com.br/ com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o SATED – Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões, reuniu crianças da Escola Pão dos Pobres, Central Única das Favelas, Centro, Cidade Baixa, Bonfim, Moinhos de Vento, Auxiliadora e outros bairros nobres da cidade para uma tarde de diversão e arte na Rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa.

“A idéia era devolver a rua livre, repleta em diversidade e sem diferenças sociais ou econômicas para as crianças, estamos muito satisfeitos, foi uma tarde em que mais de 1500 crianças se divertiram, misturando-se com muita alegria”, relata o professor e bailarino Paulo Guimarães, um dos sócios-fundadores do Meme.

A rua foi fechada para a gurizada, pais e amigos da idéia. Os cinco sócios do Meme passaram a tarde trabalhando duro na distribuição de pipoca, suco, água e doces para as crianças que se organizavam sem brigas na fila. Curiosamente as crianças de escolas privadas, acostumadas ao esquema de fichas pagas, foram as a que mais se divertiram com a distribuição gratuita. Acharam a idéia “uma coisa planetas”.

“É, posso pegar pipoca sem pagar?”

“Ué, pode sim, todo mundo pode pegar e eu posso dar uma volta no teu skate?”

“Pode, pode pegar, eu vou estar na corrida do ovo depois, me encontra lá!”

“Tu já viu o contador de histórias?”

“Já, bem legal!”

É claro que a gurizada se pegou no futebol, mas os adultos foram lá e administraram na compreensão e com muito humor, na paz, sem gritos, sem insultos, como deveria ser em todas as escolas públicas e privadas do país. Continuo com a tese de que só a arte salva, não a arte da TV com seus artistas que só têm as quatro caras: a do riso, a da tristeza, a do espanto e a da violência, mas esses artistas que dançam, cantam, fazem malabares, improvisos, esses artistas de corpo inteiro e alma libertária que desipnotizam do tédio da vida sempre igual, das relações ríspidas, afetadas, sem humor e sem criatividade. Falta arte nas escolas públicas e privadas. A arte une as pessoas e melhora as relações humanas.

Se houve algum estranhamento, para além do breve entrevero entre gremistas e colorados, não durou mais do que alguns minutos iniciais; logo estavam todos sentados pelo chão para assistir ao teatro do homem que faz bolhas de sabão gigantes, a moça nas pernas de pau, as artistas do trapézio e da lira, o moço do tecido; foi mais do que comida de graça, foi diversão e arte em sua forma máxima de expressão unificadora.

Depois de uma tarde inteira de tanta alegria nas misturanças, fico cá a perguntar-me: por que será que temos tanta dificuldade em associar a violência com os muros erguidos e tanto medo da paz da inclusão?

Como podem as crianças, tão plenas de naturalidade frente à igualdade humana, desenvolver essa natureza de respeito às diferenças, se passamos a vida investindo numa formação separatista? Que sentimentos individualistas produzimos, em crianças ricas ou pobres, quando não promovemos a socialização? Com suas duas brutas faces – a da competição para o sucesso garantido e a do colapso que gera a revolta –, o individualismo está em velocidade crítica; a solução talvez resida na junção das forças e não no aumento do abismo entre elas.

Terminei o dia com esperança de que mais atitudes como essa se multipliquem. A caminho de casa, levando três crianças felizes e exaustas, sombreei por um minuto em um longo suspiro. O dia fora uma exceção, uma rua entre tantas outras que guardavam crianças solitárias, algumas com seus brinquedos caros e raros, prisioneiras dos excessos; outras sem brinquedos, sem cuidados básicos, reféns das privações.

Fotos foram gentilmente cedidas por Andréa Ventura e Larissa Amaral


Cláudia Rodrigues, jornalista, terapeuta reichiana, autora de Bebês de Mamães mais que Perfeitas, 2008. Centauro Editora. Blog: http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011



Apresentação da palhaça Palitolina (Genifer Gehardt)- Rua da Criança 2010

Amarelinha!

Arte Circense com a artista Ludmila

Ludmila

Banca de maquiagem

Banca de maquiagem

Crianças de todas as idades

Olha o João curtindo o Show de Música com a Banda Boraimbolá

Perna de Pau!

Mais perna de pau!

Banca de fantasias!

Muita brincadeira de rua