TERESINHAS – GRUPO MEME
Angélica Bersch Boff
Porto Alegre, 06/03/2009
Vou começar pelo único problema, pois este foi o meu primeiro contato com o espetáculo. Trata-se do ponto inicial: o tema. E é um problema de percepção subjetiva – minha – e não do belo trabalho do Grupo Meme. Não gosto do tema “mulheres”. Além de super batido, me incomoda, me parece uma certa generalização muito rasa dividir o mundo em gêneros e, ainda, em dois gêneros. Por isto, e só por isto, o espetáculo já me incomoda. É preconceito meu, talvez...
Iniciou o espetáculo, e eu ali, chateada, desgostosa, principalmente porque os trabalhos do MEME sempre me tocaram muito. E positivamente. E a cada novo trabalho deles sou invadida por uma expectativa prazerosa nos dias que o precedem...
Com essa incomodação na minha casca – sem afetar o fruto – segui assistindo... sentindo... e pensando... e me vieram boas idéias sobre criações em cena... Talvez um dia falarei dessas idéias, talvez.
De repente, me vi tocada e emocionada com as minhas questões pessoais... particularmente com minhas questões de mulher, de namorada, profissional, amiga, filha e irmã. E com minhas questões de identidade. Chorei. Fui tomada de um arrepio, de uma fragilidade sobre minha vida diante daquele espetáculo.
Foi então que começaram a aflorar em minha mente as palavras para o Teresinhas. Parecido com a dança das bailarinas, minhas palavras podiam acompanhar seus movimentos, como se estivessem flutuando e dançando sobre o mover de seus braços. Aliás, descobri que as palavras dançam! – em minha mente. Elas dançam assim: delicadeza, mil vezes delicadeza. Sensibilidade... mas nada de emocionalismos e sensibilidades melosas. Trata-se de sentimentos e sensações verdadeiros e tocantes. Porque são apresentados com simplicidade e veracidade, assim como o são no dia-a-dia de todos nós. Uma sensibilidade profunda, mas simples.
O espetáculo Teresinhas fala muito com sua dança, mas são falas sem palavras, e sem significados precisos. Cala fundo, e fala todas as línguas. É subjetivo e tem várias margens, como toda a arte. Não precisa falar, precisa dançar.
Angélica Bersch Boff
Porto Alegre, 06/03/2009
Vou começar pelo único problema, pois este foi o meu primeiro contato com o espetáculo. Trata-se do ponto inicial: o tema. E é um problema de percepção subjetiva – minha – e não do belo trabalho do Grupo Meme. Não gosto do tema “mulheres”. Além de super batido, me incomoda, me parece uma certa generalização muito rasa dividir o mundo em gêneros e, ainda, em dois gêneros. Por isto, e só por isto, o espetáculo já me incomoda. É preconceito meu, talvez...
Iniciou o espetáculo, e eu ali, chateada, desgostosa, principalmente porque os trabalhos do MEME sempre me tocaram muito. E positivamente. E a cada novo trabalho deles sou invadida por uma expectativa prazerosa nos dias que o precedem...
Com essa incomodação na minha casca – sem afetar o fruto – segui assistindo... sentindo... e pensando... e me vieram boas idéias sobre criações em cena... Talvez um dia falarei dessas idéias, talvez.
De repente, me vi tocada e emocionada com as minhas questões pessoais... particularmente com minhas questões de mulher, de namorada, profissional, amiga, filha e irmã. E com minhas questões de identidade. Chorei. Fui tomada de um arrepio, de uma fragilidade sobre minha vida diante daquele espetáculo.
Foi então que começaram a aflorar em minha mente as palavras para o Teresinhas. Parecido com a dança das bailarinas, minhas palavras podiam acompanhar seus movimentos, como se estivessem flutuando e dançando sobre o mover de seus braços. Aliás, descobri que as palavras dançam! – em minha mente. Elas dançam assim: delicadeza, mil vezes delicadeza. Sensibilidade... mas nada de emocionalismos e sensibilidades melosas. Trata-se de sentimentos e sensações verdadeiros e tocantes. Porque são apresentados com simplicidade e veracidade, assim como o são no dia-a-dia de todos nós. Uma sensibilidade profunda, mas simples.
O espetáculo Teresinhas fala muito com sua dança, mas são falas sem palavras, e sem significados precisos. Cala fundo, e fala todas as línguas. É subjetivo e tem várias margens, como toda a arte. Não precisa falar, precisa dançar.
2 comentários:
"Que a arte nos aponte uma saída e que ninguém a tente complicar , pois é preciso SIMPLICIDADE para fazê-la florescer."
Osvaldo Montenegro
" Que a arte nos aponte uma saída e que ningém a tente complicar, pois é preciso SIMPLICIDADE para fazê-la florescer."
Osvaldo Montenegro
Postar um comentário